Em janeiro de 2025, o município de Primavera do Leste, localizado no estado de Mato Grosso, registrou um aumento significativo nos casos de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Foram notificados 133 casos prováveis de dengue, dos quais 128 foram confirmados. No mesmo período, houve 5 casos prováveis de chikungunya, com 4 confirmações. Felizmente, não foram registrados casos suspeitos de zika nem óbitos relacionados a essas doenças no município.
A situação em Primavera do Leste reflete uma tendência observada em todo o estado de Mato Grosso. De acordo com o Informe Epidemiológico divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT), em 2024, o estado registrou mais de 38 mil casos confirmados de dengue, 317 de zika e mais de 20 mil de chikungunya. Além disso, foram contabilizadas 39 mortes por dengue e 12 por chikungunya no mesmo ano.
No início de 2025, os números continuam preocupantes. Até o momento, foram notificados 7.110 casos suspeitos de dengue em Mato Grosso, com 3.515 confirmações, resultando em um óbito confirmado e seis em investigação. Em relação à chikungunya, o estado registrou 4.705 casos prováveis, sendo 3.765 confirmados, com quatro óbitos confirmados e quatro em investigação. Para a zika, foram notificados 51 casos prováveis, com oito confirmações e nenhum óbito.
Entre os municípios, Rondonópolis destaca-se com o maior número de casos prováveis de dengue, totalizando 593, dos quais 577 foram confirmados. Em relação à chikungunya, o município registrou 1.103 casos prováveis, com 1.085 confirmações, mas sem registros de óbitos até o momento. No caso da zika, Poconé lidera com quatro casos confirmados da doença.
A proliferação do Aedes aegypti é favorecida por condições climáticas típicas do verão, como calor intenso e chuvas frequentes, que criam ambientes propícios para a reprodução do mosquito. Diante desse cenário, as autoridades de saúde enfatizam a importância de medidas preventivas para combater o mosquito e reduzir a incidência dessas doenças.
A prevenção é a principal estratégia para combater a disseminação do Aedes aegypti e, consequentemente, reduzir os casos de dengue, chikungunya e zika. Algumas ações fundamentais incluem:
Eliminação de Criadouros: Evitar o acúmulo de água parada em recipientes como pneus, garrafas, vasos de plantas e calhas, que servem de locais de reprodução para o mosquito.
Manutenção de Reservatórios de Água: Manter caixas d’água, cisternas e outros reservatórios devidamente tampados para impedir o acesso do mosquito.
Limpeza Regular: Realizar a limpeza periódica de quintais, jardins e áreas externas, removendo objetos que possam acumular água.
Uso de Repelentes: Aplicar repelentes nas áreas expostas do corpo, especialmente durante atividades ao ar livre, seguindo as instruções do fabricante.
Instalação de Telas: Colocar telas em portas e janelas para dificultar a entrada de mosquitos nas residências.
Conscientização Comunitária: Participar de campanhas educativas e mobilizar a comunidade para ações coletivas de combate ao mosquito.
As autoridades de saúde de Primavera do Leste têm intensificado as ações de combate ao Aedes aegypti. Em janeiro de 2024, por exemplo, mais de 20 mil imóveis foram visitados por agentes de endemias no município, resultando em uma redução de 45,6% nos casos de dengue em relação ao mesmo período de 2023. No entanto, é crucial que a população mantenha a vigilância e continue adotando medidas preventivas para evitar novos surtos.
As doenças transmitidas pelo Aedes aegypti apresentam sintomas semelhantes, mas com algumas particularidades:
Dengue: Febre alta súbita, dores musculares intensas, dor atrás dos olhos, dor de cabeça, manchas vermelhas no corpo e, em casos graves, sangramentos e queda de pressão.
Chikungunya: Febre alta de início rápido, dores intensas nas articulações, que podem persistir por meses, além de dor de cabeça, manchas na pele e conjuntivite.
Zika: Febre baixa, manchas vermelhas no corpo, coceira, conjuntivite sem secreção, dores leves nas articulações e musculares.
Ao apresentar sintomas dessas doenças, é fundamental procurar atendimento médico para diagnóstico e tratamento adequados. A automedicação pode ser perigosa, especialmente com o uso de medicamentos que aumentam o risco de sangramentos em casos de dengue.
O aumento dos casos de dengue e chikungunya em Primavera do Leste e em todo o estado de Mato Grosso é motivo de preocupação para as autoridades de saúde. A combinação de fatores climáticos favoráveis à proliferação do Aedes aegypti e a alta incidência dessas doenças reforça a necessidade de ações contínuas de prevenção e controle.
A população desempenha um papel crucial nesse combate, adotando medidas simples, porém eficazes, para eliminar os criadouros do mosquito e proteger a saúde coletiva. A colaboração entre governo, profissionais de saúde e comunidade é essencial para reverter esse cenário e prevenir novos surtos.